Em franco crescimento, Combate investe em programação eclética


Com uma base que cresce dois dígitos durante a crise, na contramão do próprio setor de TV fechada, o canal Combate, em parceria com o UFC (Ultimate Fighting Championship) e com produtores independentes, vem investindo em uma grade programação mais eclética, indo além dos eventos esportivos. As informações são do Tela Viva, por Fernando Lauterjung.

Segundo Daniel Quiroga, gerente geral do canal à la carte da Globosat dedicado às lutas de MMA (Mixed Martial Arts), a base do Combate cresceu 13% em 2015 e segue crescendo. No primeiro trimestre deste ano o canal já ampliou a base em 4%. "Sabemos que toda modalidade esportiva tem um teto. Mas no caso do MMA, a cobertura saiu do segmentado para o veículo de massa. Há inúmeros eventos e os lutadores ganharam credibilidade – hoje são garotos-propaganda", diz Quiroga.

A meta com a diversificação do conteúdo é ter uma grade de programação não restrita ao evento esportivo, mas sem esquecer que as lutas são o carro-chefe do canal. "A ideia é eternizar a imagem de alguns ídolos que já estão deixando o esporte, ao mesmo tempo em que criamos empatia com uma nova geração de lutadores. Além disso, queremos 'humanizar' os atletas, com muito conteúdo ligado às suas famílias. Isso ajuda a desmistificar a coisa da violência, ao expor vários lados da luta e do lutador como humano, pai, cidadão", explica o gerente geral do canal.

Uma pesquisa realizada em 2005 apontava que 18% do público brasileiro com interesse em MMA era feminino. A mesma pesquisa realizada em 2015 apontava que as mulheres representavam 39% dos interessados. "Acho que a presença feminina na base do canal se dá também por causa dessa nova programação", diz.

Nova programação

Desde o ano passado, o canal vem trabalhando com grandes produtoras e aprovou recentemente uma leva de conteúdos para coprodução. Nas coproduções, usa o Artigo 3ºA da Lei do Audiovisual, com previsão de um orçamento de R$ 6 milhões em 2016.

Com a Floresta, realiza "Nascidos Para Lutar", que mostra a vida e carreira de Lyoto Machida e Glover Teixeira, dois grandes atletas de MMA do UFC.

Com a Mixer, trabalha em três atrações. "Laboratório da Luta" mostra como trabalha, e do que é capaz, o corpo de um lutador de MMA, por meio de uma investigação biomecânica. Unindo esporte e ciência, cada episódio analisa detalhadamente a performance de determinados atletas para mostrar como a capacidade técnica, aliada à força, elasticidade, velocidade e resistência, se transformam em golpes perfeitos.

"Nascidos Para o Combate" mostra a vida e carreira de José Aldo, Renan Barão e Ronaldo Jacaré, grandes atletas de MMA do UFC.

"Viver para Lutar" é um docu-reality ancorado por Kyra Gracie e dividido em dois episódios de 24 minutos de duração, visitando academias e centros de treinamento espalhados pelo mundo onde o aprendizado de cada uma das artes que compõe o MMA é reconhecidamente excelente. O docu-reality já tem uma segunda temporada em produção.

"Reação Brasileira", coproduzido com a Publytape, mostrará as novas promessas brasileiras do MMA que podem vir a ser campeões do UFC.

"Regras do MMA", realizado com a Ciranda, é uma série documental de três episódios de 24 minutos cada que, além de destrinchar todas as regras do esporte, aborda as diferenças entre categorias de peso e as substâncias proibidas do mundo das lutas.

"MMA em Família", em parceria com a Fina Flor, traz Isabel Salgado, ex-atleta da seleção brasileira de vôlei, mostrando o lado familiar dos atletas do UFC, todas as dificuldades que eles passaram para chegar à maior organização de MMA do mundo e a influência da família nessa trajetória. As personagens da série documental são Claudia Gadelha, Alan Nuguete, John Lineker e Charles do Bronx.

O canal também entrou no "Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo". Trata-se de um filme de drama brasileiro, uma obra biográfica sobre a vida do lutador de MMA José Aldo. O longa foi produzido pela Black Maria e a Globo Filmes, dirigido e escrito por Afonso Poyart, e estrelado por José Loreto.

"Lutando Para Vencer", da TRU3LAB, também é um filme. Este é sobre o ex-lutador e atualmente um melhores técnicos de MMA do mundo Dedé Pederneiras e seu atletas renomados da Nova União.

Com a Academia de Filmes o canal coproduz dois conteúdos. "Espírito da Luta" é um projeto que será o guarda chuva para uma série de documentários envolvendo o mundo do MMA. Os três primeiros docs do projeto serão "Luta Tribal no Brasil", "Before the Beginning" e "Torcedores".

Já "Luta da Vida" retrata como as artes marcais estão tomando uma configuração similar à que tem o futebol quanto à influência positiva que o esporte pode ter entre grupos de jovens carentes. O projeto promoverá o encontro de oito desses jovens com dois renomados lutadores de MMA. Esses lutadores veteranos servirão de mentores, passando uma semana com os jovens e os adotarão como aprendizes.

Com a Hungry Man o canal prepara "Minotauro", um documentário sobre Antonio Rodrigo Nogueira, uma lenda viva surgida nos ringues de MMA (Mixed Martial Arts).

Este ano, pela primeira vez, o Combate produzirá internamente uma série que será também o seu primeiro reality. "Medida Combate" acompanhará a luta para perder peso de dois apresentadores do canal e ex-atletas: Carlão Barreto e Artur Mariano.

Base e publicidade

Com o aumento de interesse no canal, as operadoras perceberam seu potencial em segurar o churn. O Combate é destaque nos sites de vendas da maioria das operadoras. "Fazemos reuniões permanentes com as operadoras para auxiliar nas vendas. Em algumas localidades, o MMA tem potencial ainda maior, como em Manaus e no estado do Pará. Nesses locais as operadoras acabaram se engajando muito nas vendas", conta Quiroga.

Além da base, o canal também ampliou o seu espaço comercial. O Combate tinha quatro cotas e, este ano, a pedido do mercado, criou uma quinta cota, para a Reebok. Além desta marca, patrocinam o canal Dunlop, Nissan, GSK (com o sal Enno) e Ambev (com a Budweiser). Alguns projetos especiais, como "Medida Combate" têm cotas específicas.

Marca e eventos

Segundo Quiroga, o Combate conseguiu se desassociar de ser apenas veículo. "O Combate é uma marca, é serviço e tem conexão emocional com o seu público. O fã é um defensor da marca do canal", diz. Por isso, o canal já vem conversando para o licenciar da marca. Ainda não está fechado será em formato de cobranding com alguma marca esportiva, ou com a criação de uma marca própria.

Além de ajudar a trazer os eventos do UFC para o Brasil (o próximo acontece em Curitiba, na Arena da Baixada), o canal quer realizar este ano 1º Rio Fight Festival, um festival de cinema temático, com documentários sobre o esporte.

Além disso, vem trabalhando em projetos sociais. Com a Cufa (Central Única das Favelas), realiza eventos com lutadores que vêm das comunidades. A ideia é formar mais lutadores. "O MMA tem uma característica semelhante ao futebol na formação de mão de obra: é agente de inclusão e de ascensão", explica Quiroga.

Este ano serão realizadas três edições de um campeonato com atletas das comunidades, todos televisionados e com os mesmos árbitros, critérios e comissão atlética do UFC no Brasil.

Fonte:http://www.esporteemidia.com/2016/04/em-franco-crescimento-combate-investe.html

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