Acordo com o Esporte Interativo faz Inter ter ganho de 660% com relação ao atual contrato.


Ao assinar o contrato por dois anos com o Esporte Interativo para a venda dos direitos de transmissão de seus jogos no Campeonato Brasileiro para a TV fechada, o Internacional terá um ganho de pelo menos 660% com relação ao atual contrato. A informação é do Zero Hora, por Leandro Behs e Alexandre Ernst.

Hoje, o clube recebe R$ 3 milhões da Globo — que detém os direitos de TV fechado do Inter  até 2018. A partir de 2019 e em 2020, quando o novo acordo entrar em vigor, o clube receberá por temporada entre R$ 22 milhões e R$ 27,5 milhões. 

Para assinar com o Esporte Interativo, associado ao grupo norte-americano Turner Broadcasting, o Inter recebeu luvas de R$ 13 milhões. Um aditivo para mais quatro anos de contrato foi oferecido pela emissora ao Inter — incluindo novas luvas, na casa dos R$ 40 milhões. Essa extensão, porém, depende de aprovação do Conselho Deliberativo. O acordo até 2024 seria analisado na noite dessa segunda-feira pelos conselheiros, mas ele foi retirado de pauta. Houve muitos questionamentos sobre o acordo e a direção disponibilizou o contrato com o EI aos conselheiros que tiverem interesse em lê-lo antes que vá à votação no CD — e desde que assinem uma cláusula de confidencialidade. Não há prazo para que o tema volte à pauta no Conselho. 

"O contrato com o Esporte Interativo é bom, não só para o Inter, mas para o futebol brasileiro. Até para aqueles clubes que assinaram a renovação com a Globo. As novas condições oferecidas pela Globo já foram bem melhores para quem assinou agora. E tudo isso justamente pela concorrência", disse o vice-presidente de marketing e mídia do Inter, Luiz Henrique Nuñez.  

O clube ainda tem outras cinco mídias a negociar, a partir de 2019: TV aberta (que responde por até 80% dos valores percebidos pelo clube por temporada), internet, pay-per-view, mobile e transmissões internacionais. Pelo contrato atual entre Inter e Globo, esse pacote todo rende ao Beira-Rio R$ 60 milhões por ano. O Grêmio, por exemplo, que acabou de assinar a renovação com a Globo, receberá por todas essas mídias algo entre R$ 110 e R$ 120 milhões ao ano, até 2024. 

"O acerto de Inter e de Santos com o Esporte Interativo ajudou os demais clubes a ganharem mais da Globo. Não estamos em guerra com a Globo ou com a CBF. Queremos a concorrência. A Globo é nossa parceira, a permanência deles no mercado é tão importante quanto a entrada do Esporte Interativo", analisou Nuñez. 

A direção colorada aposta que, daqui a dois anos, os direitos de transmissão dos jogos pela Internet serão a nova mina de ouro dos clubes. Nos bastidores, o clube aposta que poderá renovar seus demais contratos de mídia por valores até 100% superiores aos atuais.  

"É claro que todo o negócio tem riscos, mas com certeza não receberemos menos do que R$ 120 milhões anuais. Decidimos correr esse risco para abrir o mercado. Queremos discutir com a Globo as outras renovações de contratos, mas manter por muitos anos os direitos na mão de um único competidor é prejudicial. Com a concorrência também queremos evitar a "Espanholização" do futebol brasileiro, com dois clubes ganhando da TV trezentas vezes mais do que nós", declarou Luiz Henrique Nuñez. "O Inter está dando uma contribuição importantíssima ao futebol", acrescentou o dirigente. 

Como poucos clubes negociaram as transmissões de seus jogos com o Esporte Interativo (os demais grandes clubes do Brasileirão optaram pela Globo), hoje, os jogos do Inter com times que assinaram com a Globo não seriam transmitidos por TV fechada, apenas na TV aberta e no Pay-Per-View. 

"Até 2019 tudo isso será muito discutido. O mercado se acomodará até lá. Não interessa a ninguém brigar e criar clima de conflito entre os clubes e a TV. Acredito em um grande acordo até lá, para que todas as redes possam transmitir todos os jogos de todos os clubes", aposta Nuñez.  

Dono dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões para a TV fechada no Brasil, o Esporte Interativo busca consolidar a audiência no futebol nacional. Daí, a negociação com os grandes clubes do país. 

"Estamos muito felizes porque a nossa entrada na disputa de direitos está beneficiando o futebol brasileiro em vários aspectos. Primeiramente, os clubes  receberão mais de meio bilhão de reais como incremento ao ano, o que torna o futebol brasileiro mais forte e mais competitivo. Além disso, estamos satisfeitos por ajudar a aumentar outras linhas de receita dos clubes, ao darmos visibilidade aos patrocinadores, às suas ações de marketing e ao programas de sócio-torcedor", comentou Edgar Diniz, vice-presidente de esportes da Turner América Latina.

Fonte:http://www.esporteemidia.com/2016/03/acordo-com-o-esporte-interativo-faz.html

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