A comissão de TV e novas mídias da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) decidiu, em encontro anual na última semana de janeiro, que deve ser implementada o mais breve possível recomendação para reduzir o tempo dos jogos. A informação é da Folha de S. Paulo.
Segundo a FIVB, no encontro em Lausane, na Suíça, o presidente da entidade, o brasileiro Ary Graça Filho, e o presidente da comissão, o vice-presidente executivo da rede de TV norte-americana NBC, Peter Diamond, concordaram que ações que visam a audiência de TV são prioridade [além da redução do tempo de jogo para até 1h50, vão implementar um sistema de vídeo oficial (chamado "desafio", como no tênis) para definir marcações duvidosas dos árbitros].
De acordo com o secretário-geral FIVB, o também brasileiro Luiz Fernando Lima, ex-diretor da Central Globo de Esportes, há necessidade de as empresas de TV aumentarem o foco em lances-chave de uma partida de vôlei, ao mesmo tempo que precisam reduzir a quantidade de replays redundantes.
"Isso dará maior exposição aos nossos heróis e suas façanhas na quadra. Dar ênfase às grandes jogadas que ocorrem em nossas partidas e menos na ação do ponto. Às vezes, as grandes jogadas estão no meio de um rali e isso vale muito mais tempo de exposição do que ficar apenas repetindo o ponto final", disse Lima ao site da FIVB.
Segundo o jornal "O Globo" publicou nesta quarta-feira (10), a recomendação passará a valer a partir do torneio classificatório para os Jogos Olímpicos do Rio, entre 28 de maio e 5 de junho, no Japão.
"Essa será a recomendação nos congressos técnicos dos torneios a partir de agora. Serem mais rápidos entre um ponto e o início do outro. Faremos no qualificatório asiático e também na Liga Mundial, Grand Prix e Olimpíadas. O juiz terá de exigir que o atleta seja mais ágil. E os jogadores abrirão mão dos rituais de comemoração, que não acrescentam à história do jogo. Se não der certo, será preciso criar uma regra", disse Lima ao "Globo".
Segundo o técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, a discussão para reduzir o tempo das partidas de vôlei é antiga e a tentativa com a diminuição do tempo entre um ponto e outro pode ser eficaz.
"É uma proposta ainda. Acredito que vai precisar estar no regulamento, ter uma normativa com o tempo estabelecido. Mas não vejo problema, a TV é muito importante também", diz Zé Roberto.
No Brasil, há dois anos, houve a tentativa de diminuir o tempo de jogo com a redução da pontuação por set de 25 para 21 pontos. Não deu certo. E a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) não recomendou à FIVB a adoção definitiva da regra. A mudança também foi pensando em tornar o jogo mais atrativo para as TVs.
Ao final da Superliga masculina na temporada 2013/2014, a duração média dos jogos caiu de 2h06 para 1h43 minutos, em comparação com a temporada 2012/2013. Os números foram similares na feminina: queda de 1h51 para 1h40 minutos. Mas não agradou nem a jogadores nem a técnicos e nem mesmo aos clubes e seus patrocinadores.
Desta vez, encurtando a comemoração entre os pontos, Zé Roberto não vê problemas.
"Normalmente isso é aprovado e depois aplicado na Olimpíada. Mas é uma mudança pequena e acho que não vai precisar de tempo de adaptação. Até porque já existe o cartão amarelo por retardamento de jogo. O que vai acontecer é que o jogador que for sacar não vai ficar mais comemorando o ponto com os outros. E talvez seja preciso reduzir o tempo do saque de oito para cinco segundos", sugeriu o treinador tricampeão olímpico.
O amarelo, no vôlei, resulta em ponto para o adversário. Já o vermelho significa expulsão do jogador do set, sem pontuação para o rival.
Fonte:http://www.esporteemidia.com/2016/02/para-diminuir-tempo-de-jogo-na-tv-volei.html
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